FUSHIGI YUUGI DOKI OVA 1 – As Peripécias de uma Futura Jovem
Imperatriz.
Capítulo 2 – A Visita de Erio [By Poppy Takashi]
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Acordei na manhã seguinte, já bastante tarde. Estava deitada
toda torta na cama, com um pé a cair, ocupando o espaço todo. O Hotohori já
tinha ido trabalhar há algumas horas. Sinceramente pergunto-me como é que ele
consegue dormir comigo a ocupar o espaço quase todo. Vá-se lá saber, a verdade
é que ele consegue.
Ouvi bater à porta.
-Já acordou, Sua Alteza Poppy? – ouvi, do outro lado da
porta.
-Sim, Bom Dia – respondi.
A senhora entrou no quarto e ofereceu-se para me ajudar a
arranjar o cabelo. Como se eu fosse incapaz.
-Não se preocupe comigo – disse – Eu consigo arranjar-me
sozinha, afinal ainda sou uma adolescente normal.
A senhora olhou para mim, chocada.
-Mas, Vossa Alteza Poppy vai ser a futura imperatriz.
Deveria aceitar que a ajudássemos.
-Eu sou capaz de fazer as coisas sozinha, obrigada –
respondi.
A senhora saiu com uma vénia.
Prendi o cabelo num rabo de cavalo e vesti uma das roupas
que tinha trazido do meu mundo. Basicamente só tinha trazido roupa de verão do
mundo real. Calções, saias, vestidos, etc. Saí do quarto para ir buscar comida.
Ainda bem que o Hotohori já tinha ido trabalhar. Não queria mesmo ter de falar com
ele.
Fui sorrateiramente até à cozinha do palácio, ver se
apanhava alguma coisa para comer. Sem que ninguém me visse, escapuli-me para o
interior desta e consegui arranjar alguma comida.
Depois fui até ao jardim enquanto comia. Se a Erio realmente
vinha visitar-me, deveria estar a chegar.
Uma carruagem chegou ao palácio pouco tempo depois. Fui a
correr até à entrada. Erio desceu da carruagem, envergando roupas do estilo de
Konan e Kutou. Com ela estava com Yukito, o pervertido.
-ERIO-CHAAAAAAAAN! – gritei, abraçando a minha amiga.
-Poppy-tan! Como tens estado? Como é a vida com o
Hotohori-san? – perguntou ela.
-Eh, ele está o tempo todo ocupado, e eu não faço nada o dia
todo… Ou seja, é igual à vida aborrecida que sempre tive neste palácio.
A Erio riu-se. Depois eu encaminhei-os para uma das salas do
palácio.
-Bem, sejam bem-vindos a Konan de novo! – exclamei.
-Obrigado – disse o Yukito.
-Erio, precisava mesmo de falar contigo! – disse.
-Sobre o quê? Passa-se algo? –perguntou-me ela, soando um
pouco preocupada.
-Já vais perceber… - disse eu – Yukito, importas-te?
O Yukito disse que não com a cabeça e afastou-se. Eu levei a
Erio até ao quarto e ambas nos sentamos na cama a conversar.
-Então, diz-me lá o que se passa, Poppy-tan – pediu.
-Bem… tu sabes que a coroação vai ser em breve – comecei a
explicar.
-Sim, continua.
Peguei no pergaminho e mostrei-lho.
-Eu não vou usar essa roupa horrível – disse eu.
A Erio-chan riu-se.
-Já esperava tal coisa vinda de ti – comentou – Mas, tens a
certeza que isso é bem aceite pela comunidade de Konan?
Suspirei, antes de recomeçar a falar.
-O Hotohori disse que iria alterar a tradição, de modo a que
eu pudesse usar o vestido que eu desenhei.
-Como é o vestido?
-É lindo! É todo branco. Depois vês, no dia – respondi.
Erio sorriu de volta.
-Era só isso que querias falar comigo?
-Sim, bem… não. Há mais uma coisa.
Apontei para o último ponto que o pergaminho abordava.
A Erio leu-o rapidamente e percebeu o meu problema.
-Tu não queres,… pois não? – perguntou ela.
-Nope.
-O que estás a pensar fazer a respeito disso?
-Eu não posso fazer nada, ou posso? Os conselheiros
provavelmente querem que eu e o Hotohori tenhamos um filho o mais rapidamente
possível, para garantir sucessão – expliquei – Mas eu não quero ser uma mãe adolescente!
Tenho dezasseis anos, por amor de deus!
Sem que eu soubesse, o Hotohori passava pelo corredor que
dava para o quarto, detendo-se à porta, quando ouviu a conversa.
-Mas… e se tu te recusas e ele é forçado a fazer… aquilo com
outra mulher? –perguntou Erio.
Eu corei e olhei para o lado.
-Eu não vou deixar – respondi – Mas também não quero ser mãe
tão nova! E se eles não me deixam ficar com ele por causa disso?
-Se isso acontecer… vais voltar para casa?
-Não sei… Mas não quero ficar aqui.
-Devias falar com ele sobre isso – sugeriu Erio.
-Mesmo que ele compreendesse, os conselheiros nunca iriam
aceitar tal coisa. Eles são como víboras a meter veneno, sabes? Os cavaleiros
ao menos eram mais directos.
A Erio abraçou-me.
-Vais ver que vai tudo correr bem – acalmou-me ela – Podemos
ir ter com o Yukito novamente, agora?
Eu aceitei e ambas fomos novamente lá para fora. A hora do
almoço chegou rápido e o Hotohori ficou chocado quando eu preferi fazer um
piquenique no jardim com a Erio e com o Yukito, em vez de ir almoçar com ele.
Ele estava muito ocupado, por isso não se juntou a nós. Mal eu sabia que ele tinha ouvido a conversa
toda.
A Erio contou-me todas as novidades, e depois ainda nos
rimos um bocado com o Yukito.
Ao fim da tarde, eles tiveram de ir embora, e eu voltei ao
meu quarto, para retomar a minha vida aborrecida. Decidi que ia dormir um
bocado, por isso, escrevi um papel para o Hotohori pedindo-lhe que não me
acordasse para jantar, e adormeci na cama, ocupando o espaço todo.
Tive um sonho horrível. Os conselheiros do Hotohori, Suzaku
e a Taiitsukun obrigaram-me a voltar ao mundo real, e o Hotohori casou-se com a
Houki, parecendo feliz, porque ao menos ela queria ser mãe. E, para piorar as
coisas, o meu pai tinha morrido também, no mundo humano.
Acordei sobressaltada umas horas mais tarde e sentei-me na
cama com a respiração ofegante.
-Estás bem? – ouvi a voz do Hotohori perguntar.
Ele estava sentado na secretária a acabar algum trabalho.
-Estou, não foi nada – respondi, virando a cara – Que horas
são?
-Dez e meia – respondeu.
Eu não disse mais nada, continuando apenas sentada na cama.
-Penso que temos de falar – disse ele.
Fiquei com medo do que aí viesse.
-Sobre o quê? –perguntei, tentando parecer despreocupada.
-Tu andas preocupada com alguma coisa, não andas? E é por
isso que me andas a evitar – disse ele.
Parece que ele percebeu.
-Não é nada – disse.
O Hotohori levantou-se e veio sentar-se na cama, comigo,
pondo um braço à volta dos meus ombros, aconchegando-me.
-Eu… ouvi a tua conversa com a Erio – disse ele.
Ele… ouviu a minha conversa. Agora é que estava feita! O que
é que eu vou fazer?!
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